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Melbourne, primeiras impressões

Chegamos a Melbourne no dia 4 de outubro. Melbourne recebeu-nos pouco sorridente, e para dizer a verdade, neste último mês o tempo deixou muito a desejar. Supostamente Melbourne teve um inverno atipicamente frio e a primavera está a demorar um bocadinho a entrar em força (mesmo assim já conseguimos fazer um dia de praia e dar o primeiro mergulho no mar). Já nos "prometeram" um verão com temperaturas a rondar os 35ºC (acho que aí vou ter saudades dos 20ºC...).

Melbourne é uma cidade com uma vibe cultural muito porreira (e com a chegada da primavera começa tudo a acontecer!): arte urbana, concertos, teatros, exposições e galerias de arte independentes. É a cidade australiana dos cafés, bares e restaurantes. E vive muito a rua e o ar livre: os jardins, os mercados, o cinema ao ar livre, os rooftops e os beer gardens. Além disso, generalizando, aqui adoram desporto (corridas de cavalos incluídas), lojas de roupa em segunda mão, cerveja, tostas com abacate e café. 

Ainda não consegui perceber se há mais australianos ou estrangeiros em Melbourne. Há um grande mix cultural por aqui (gregos, etíopes, italianos, ingleses), com uma tendência asiática muito forte. (E Melbourne tem de facto muitos backpackers: muito jovem desse mundo mete uma mochila às costas e vem para aqui.)

Do pouco contacto que tivemos com australianos-puros-e-duros, há de tudo: desde o super simpático ao anti-social; desde o "culto" ao que não faz ideia onde é Portugal; do hipster (muitos), a passar pelo que anda descalço na rua (poucos), e a terminar no tipo "normal" (a maioria). Com alguma pena minha ainda não vi nenhum australiano, alto, loiro e bronzeado, com a sua prancha de surf por baixo do braço - também acho que estou no estado errado para isso.

Quanto à comida também se nota a influência asiática (tailandês, chinês, vietnamita, japonês) e americana (muitos hambúrgueres e cachorros-quentes). Muitos mexicanos (não sei bem porquê), bastante pizza, muitos cafés, muito vegan, e supostamente os melhores restaurantes da Austrália (caros). Por aqui adoram o pequeno-almoço - e eu adoro-os por isso - havendo inclusivé sítios com pequeno-almoço disponível o dia todo. Ah, e são malucos por food trucks.

Quanto ao tema "bichos", que os há, há. Mas felizmente ainda não chegaram ao 17.º andar (andar onde moramos). Quando houver "contacto", relatarei :)

Encontrar casa

Encontrar casa como sabem demorou cerca de duas semanas. E mesmo assim tivemos de optar pela casa partilhada ou desconfio que ainda andaríamos à procura. Sabia que ía ser difícil mas não esperava que fosse tanto (com tanta procura!!). Mas correu tudo bem!! O apartamento é porreiro e muito bem localizado - Docklands, mesmo ao lado de Melbourne CBD.

Encontrar trabalho

Nós sabíamos que encontrar trabalho seria um processo. Um processo mais rápido para o Tiago já que ele trabalha numa área bem mais flexível e que tem muita procura em Melbourne (ele é bartender, e com experiência em Londres), e um processo mais lento para mim que queria aproveitar esta mudança para mudar de carreira (passar da gestão de números/euros para a gestão de eventos). E é exatamente isso que está a acontecer. Já surgiram várias oportunidades para o Tiago, que tem vindo a geri-las da melhor maneira (e que começa para a semana no Lui Bar!!!), e eu continuo à procura. Mais alguma paciência (e sorte!)...

Balanço e gestão de expectativas

As expectativas têm um papel importantíssimo (se não o mais importante) quando se faz um balanço, e eu vim com as expectativas bastante mais elevadas que o Tiago. Não que me sinta defraudada!, mas imaginava Melbourne, "the most liveable city in the world", um bocadinho diferente: uma melhor rede de transportes, menos gente "maluca" pelas ruas, menos sem-abrigo, mais flexibilidade em alguns aspetos. Mas também sei que ainda não pude aproveitar Melbourne a 100%, dada toda a questão logística e operacional (casa&trabalho). E sei que esta cidade ainda tem muito para nos oferecer :)



(Como a Austrália se tem revelado, as minhas percepções - parte 1, aqui)
(Como a Austrália se tem revelado, as minhas percepções - parte 2, aqui)