Licença de paternidade na Suécia | Faderskapsledighet i Sverige
Lembro-me que das coisas que mais nos chamaram a atenção quando nos mudamos para a Suécia foi a quantidade de homens a passearem carrinhos de bebé, sozinhos. E praticamente todas as visitas que recebemos fizeram igualmente referência a isso: a quantidade de pais sozinhos com os seus bebés, em cenários em que habitualmente se vê a mãe (ou a mãe e o pai).
A verdade é que as licenças de maternidade/paternidade na Suécia são muito boas, quer em duração (480 dias quando se trata de 1 bebé), quer em remuneração (390 dias a 80% do salário, sendo que muitas empresas dão a diferença até perfazer os 90%; 90 dias com um valor de 225 sek por dia). E mesmo assim, com todas estas condições, homens a tirar licença de paternidade com duração igual ou superior a 6 meses não são a maioria. (Este trabalho fotográfico já correu mundo e foi premiado inúmeras vezes, e tem precisamente como “modelos” os pais suecos durante a sua licença de paternidade.)
Homens a tirar licenças prolongadas ainda são poucos - e mesmo quando as condições o permitem/promovem - o que faz com que os encaremos como “especiais”, não porque estão a fazer mais do que deviam, mas sim porque estão a fazer diferente do que tem sido culturalmente aceite como “normal”. Pais a tirar licença deveria ser comum, habitual, esperado até. Ainda vivemos numa sociedade onde se espera que as mulheres cuidem dos filhos e os homens trabalhem fora de casa. Mas a realidade, felizmente para uns (eu incluída!) / infelizmente para outros, é bem diferente no mundo ocidental.
Termos sido pais num dos países mais baby-friendly do mundo deu-nos a possibilidade de realmente usufruirmos do primeiro ano (+ uns meses) da Aurora. O Tiago está agora a gozar o primeiro dos seus 6 meses de licença, depois dos meus 8 meses. Nem tudo é perfeito - como tudo na vida - já que a monotonia da rotina também mói e muito..., mas acima de tudo tem sido um grande-grande-grande privilégio.
(Hoje acordei com o som do Tiago a fazer panquecas de aveia, banana e framboesa para o pequeno-almoço dos três - deliciosas! - enquanto a Aurora, super atenta ao que o pai fazia, palrava a tentar "falar mais alto" que a batedeira. Não podia pedir muito mais.)
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