Passeando por Sydney | Strolling around Sydney


"A" Ópera

Chegada a Sydney não estava à espera de reagir de forma tão intensa à visão da famosa Ópera. Depois de já a ter visto em dezenas (centenas?) de livros e documentários, pensava que ía chegar lá e dizer "Ok. É isto?!" - mas não. Realmente a Ópera de Sydney é avassaladora. E merece a visita de dia, à noite, à distância e em proximidade, porque cada ângulo, cada luz, traz alguma coisa nova (por exemplo, só a metros da Ópera é que percebi que ela estava toda revestida a cerâmica/azulejo branco). 

Sugestão a): Atravessar o rio de comboio até Kirribilli (norte de Sydney) e depois atravessar a ponte a pé em direção à parte sul da cidade. É uma caminhada de cerca de 1.3km, com uma vista muito bonita para a Ópera. (Com sorte e uma dose extra de paciência pode ser que dê para tomar o pequeno-almoço no Celsius Coffee Co, junto ao terminal de ferrie de Kirribilli).

Sugestão b): Ir ao bar da Ópera à noitinha para uma outra perspectiva da Ópera.

Mais de Sydney 
  • Para conhecer e perceber melhor a cidade nada melhor do que uma Free Walking Tour de 3 horas. Nós fizemos com a I'm Free e recomendamos!! Algumas curiosidades: 
    • os ingleses chegaram a Sydney apenas uns dias antes dos holandeses, pelo que a história da Austrália poderia ter sido bem diferente da atual
    • a rivalidade entre Sydney e Melbourne era (é) tanta que tiveram de criar uma cidade de raiz para capital da Austrália - Canberra (mais acerca da rivalidade Sydney-Melbourne aqui)
    • Sydney foi povoada com presidiários e polícias - os presidiários andavam à solta pela cidade já que para fugir tinham apenas duas hipóteses: por mar, sem tripulação, e sem água/comida (o que era praticamente morte certa); ou por terra, por baixo de um sol ardente e sem água/comida (o que era praticamente morte certa)
    • o principal hospital da cidade no século XIX (e uma parte ainda existe e está em utilização) era chamado o hospital do rum já que foi financiado pelos principais comerciantes de rum da cidade (os presidiários e a polícia eram fãs desta bebida das Caraíbas)
    • os ingleses demoraram algum tempo a perceber que era mais fácil dedicarem-se à agricultura do que esperar pelos mantimentos que demoravam meses a chegar de Inglaterra (fora o elevado número de naufrágios)
  • Vale muito a pena passar umas boas horas a descobrir as ruas e escadas e passagens das The Rocks (a Sydney "original"), com paragem no Glenmore Hotel para uma pint de cerveja. Aos sábados e domingos há mercado, com possibilidade de provar espetadas de canguru. 
  • Os Royal Botanical Gardens também são obrigatórios: um oásis dentro da grande cidade, com muitos pássaros incluídos e raposas-voadoras (aka morcegos). Atenção ao horário de encerramento.
  • A zona de Darling Harbour parece Vilamoura caso Vilamoura tivesse arranha-céus. Marina, restaurantes vários, música e animação. É um bom passeio para o final do dia/início da noite.
  • Chinatown. Já visitei várias Chinatowns em várias cidades do mundo e não me canso: durante alguns minutos/kms parece de facto que estamos na China (imagino eu).

As praias - e o mar - de Sydney:

Sydney é cidade de água (onde o rio e o mar se encontram), baías, barquinhos-barcos-ferries-cruzeiros, e praias (incluindo algumas de nudismo). O típico sydneysider - habitante de Sydney - passa grande parte do seu tempo livre disponível na praia, e de preferência na água.

A verdade é que nunca vi tanta gente no mar (então surfistas nem se fala), nem tanto nadador-salvador por metro quadrado. Em Sydney usam a política do "swim between the flags", em que basicamente quem está dentro do mar (sem prancha) tem de se circunscrever à zona delimitada por umas bandeiras amarelas e vermelhas que são colocadas na areia - é essa a zona que está a ser efetivamente vigiada e portanto a mais segura. Mais perigoso que os tubarões são as correntes, e dado o número de salvamentos (de vez em quando vou assitindo ao programa de televisão Bondi Rescue), convém não arriscar muito. Outra coisa muito comum são os helicópteros a sobrevoar o mar, à procura de tubarões ou de pessoas que possam estar com problemas no barco/catamaran/prancha.
  • Manly Beach. É uma viagem de ferrie de cerca de 30 minutos (a partir de Circular Quay) com uma das vistas mais bonitas da cidade - e torna completamente dispensável gastar dinheiro num dos vários passeios turísticos de barco. Quando chegamos à praia não estava ninguém na água porque nessa tarde tinham avistado duas vezes um tubarão. Coisas que acontecem em Sydney.
  • Shelly Beach. Pequena praia a poucos quilómetros de Manly Beach, com uns caminhos por entre a vegetação/rochas, que valem a pena ser explorados.
  • Bondi Beach a Coogee Beach, passando por Bronte Beach. É uma caminhada de cerca de 6km, junto ao mar. A parte gira é ir parando nas várias praias/baías para experimentar verdadeiramente o espírito do sydneysider. Disclaimer: estamos a falar de praias de cidade pelo que as casas/apartamentos (e que casas/apartamentos!) fazem parte do cenário.
  • Gordon's Bay é uma das diversas baías que se encontram na caminhada de Bondi a Coogee, e um excelente spot para snorkelling. O Tiago viu blue groupers - peixes azuis enormes, super simpáticos, que se aproximam sem medo dos mergulhadores, uns peixes verdes um tamanho abaixo dos blue groupers, "pipes" - uns peixes muito compridos tipo flauta, etc etc. De vez em quando aparecem uns tubarões "desdentados" (uma espécie de tubarão inofensiva), mas esses o Tiago não viu.
Nota: Estávamos à espera de água bastante mais quente, tipo Byron Bay. Não estava gelada mas estava para o fria...

De comer e chorar por mais:
  • Comida portuguesa no restaurante português Frango (sim, o nome do restaurante é Frango): fica a dica para os emigrantes, ou para algum turista mais saudoso da sua comida.
  • E que vos posso dizer do meu primeiro brunch de comida chinesa?! O Yum Cha é basicamente comida chinesa - dumplings, crepes, vegetais, arroz, noodles, pãezinhos, carne/peixe - em pequenos pratinhos, para ser partilhada e apreciada entre todos, e é tradicionalmente acompanhada com chá. Fomos ao Fisherman's Warf no Fishmarket, e se fosse mais perto ía lá todas as semanas.
  • Para os fãs de comida asiática, mas com "estilo", o Spice Alley na Kensington Street é obrigatório! Comida tailandesa, vietnamita, japonesa, coreana, chinesa, malásia - deliciosa, a preços bastante simpáticos, num espaço mesmo-mesmo-mesmo giro.
  • Descobrimos por acaso um tasco tailandês chamado Satang, nos arredores da Chinatown, que foi provavelmente a refeição mais barata que comemos na Austrália (excluindo fast-food obviamente), e recomendamos muito.
  • Pequeno-almoço/brunch no Kansas City Shuffle ou ainda no The Grounds of the City (reservem ou preparem-se para ficar na fila um bom pedaço).


Um grande obrigada(o) aos nossos amigos Vítor e Farina que nos proporcionaram, para além de tudo o resto, a segunda melhor refeição desde que chegamos a estas terras longínquas (a primeira continua a ser o Heston): uma ida ao Frango, com direito a frango no churrasco com arroz de tomate, carne de porco à alentejana e bacalhau à lagareiro, tudo regado a Super Bock e sumol de maracujá.

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