A descoberta fora da nossa zona de conforto (III) | The discovery outside our comfort zone (III)

Nem sempre o que encontramos fora da nossa zona de conforto é algo que queiramos para nós. Sair da nossa zona de conforto abre espaço para outras coisas, coisas essas que não têm necessariamente que ser incorporadas na nossa vida. Pelo contrário, às vezes o que aprendemos é exatamente o que não queremos na nossa vida.

Concretizando:

Há uns meses atrás resolvi candidatar-me a um trabalho em part-time nas lojas da Australian Geographic. Revejo-me completamente no conceito desta marca, e se pudesse fazia todas as minhas compras de presentes aqui: mapas, telescópios, gadgets, jogos; e como queria experimentar coisas novas pensei "porque não?!".

E lá fui eu para uma entrevista colectiva (?!) com mais 50 pessoas, em que eu era provavelmente a mais velha - entretanto percebi que estava rodeada de estudantes universitários desde jornalismo a medicina.

Cada um de nós teve 20 segundos para dizer a toda a gente o que o tornava diferente (melhor?!) do que todos os outros. Depois tivemos tarefas em grupo, incluindo um "teatro" a promover os produtos (parecia que tinha voltado aos tempos da tuna...), enquanto eramos avaliados pelos gerentes das várias lojas que existem em Melbourne. 

Não foi difícil perceber que a "equipa de recrutamento" não estava à espera de tanta gente para a entrevista colectiva (quem estava??) e não estava de todo preparada para gerir e lidar com aquela situação. Quando tens 50 pessoas numa sala, e provavelmente muitas delas querem/precisam mesmo muito daquele trabalho, e te dizem expressamente que tens de te destacar, só pode correr de determinada maneira: mal.

Saí da "entrevista" doente. Mas agora rio-me da situação! Obviamente que fiz o que tive de fazer: como mulher madura de 31 anos deixei os míudos de 20 brilhar. E agora sei que é uma experiência de todo a não repetir - mas para isso tive de ir e descobrir.

(mais acerca da descoberta fora da nossa zona de conforto aqui e aqui)