Lapónia no inverno (I) | Lappland på vintern (I)

Inspiração para umas férias pelo Ártico (parte 1):

Observar as etéreas auroras boreais 

Em primeiro lugar há que relembrar que as auroras boreais são um fenómeno natural - dependem, entre outras coisas, de ventos e tempestades solares, e precisam de um céu sem nuvens para serem visíveis - logo são imprevisíveis. Dito isto o norte da Suécia é conhecido por ser um dos melhores locais da Europa para ver as ditas cujas, mas obviamente mediante as condições certas.

Nós tivemos a sorte de apanhar duas noites muito boas em Kiruna, com auroras boreais que nos vão ficar na memória - não, ainda não foram aquelas da National Geographic MAS foram substancialmente superiores às que vimos na Islândia.

Outra coisa muito boa que fazem por aqui é que combinam outro tipo de atividades com a possibilidade de ver auroras: passeio de mota de neve com possibilidade de se verem auroras, passeio a cavalo com possibilidade de se verem auroras, snowshoeing pela montanha com possibilidade de se verem auroras; logo mesmo que as ditas não deem os ares da sua graça vamos estar entretidos numa atividade bem divertida!

Experimentar aventuras Árticas

Pela Lapónia tem-se a oportunidade de se experimentarem atividades bem específicas, muito em torno da neve/gelo/frio. Destaque para:

Motas de neve. Andar de mota de neve pela floresta coberta de neve e pelos lagos/rios gelados, foi das minhas atividades favoritas! Admito que os primeiros minutos que passei no meio de um lago gelado foram algo desconfortáveis - vinham-me à cabeça imagens bem nítidas do gelo a partir e nós a cairmos naquela água (ainda me causa bastante confusão como aqueles lagos/rios ENORMES têm uma camada de gelo suficientemente resistente para aguentar pessoas, motas e até carros, e que por baixo os peixinhos continuam na sua vida habitual ahah) - mas passado esse desconforto inicial tornou-se tudo encantador! 

Trenó puxado por cães. Uma parte de mim ía com algum receio do que eu iria achar desta atividade - receio completamente infundado!! Mal chegamos ao espaço todos os cães vieram ter connosco, super fofos e contentes, a pedir festas!! Quando eram chamados para se 'equiparem' vinham todos excitados, e no fim da corrida, quando foi hora de 'desequipá-los' e fazer-lhes uma massagem (sim, no fim da corrida dá-se uma massagem a cada cão e fazem-se alongamentos!), continuavam super felizes embora já um pouco cansados. A grande maioria dos cães eram alaskan huskies, criados especificamente para puxarem trenós (ainda há bastantes lugares mais remotos onde o transporte de pessoas e mercadorias se faz em trenós puxados por cães): estes cães são atletas, mais-que-preparados para o frio, e que só querem é correr! Sempre que parávamos a corrida por alguma razão eles começavam logo a ladrar e a ganir tal é a excitação de continuarem a correr - depois mal a corrida retoma eles tornam-se super silenciosos e focados, e a partir daí só se ouve o 'shhhh-shhhh' do trenó a ser puxado pela neve. (E era vê-los a rebolar na neve, a comer a neve - mesmo divertidos!).

Snowshoeing. Trata-se basicamente de caminhar pela neve com umas "raquetes" próprias nos pés, que permitem que não nos enterremos na neve fofa. Nós fomos subir uma pequena montanha, já depois do anoitecer, enquanto a magia acontecia no céu. 

Back-country ski. Quisemos experimentar o tradicional back-country ski, que é um tipo de ski com esquis próprios (mais pequenos e em que a parte de trás do pé fica solta), e onde se caminha/desliza por zonas de neve virgem. Tudo estaria bem se não houvesse tanto gelo no chão... Conclusão, a minha experiência incluiu algumas quedas com uma delas BEM dolorosa, e um par de mãos que parecem ter andado a dar socos a alguém (lição de vida: nunca andar a fazer desportos de neve sem luvas, mesmo quando está "calor"!; de nada). Até mesmo para o Tiago, que tem queda para desportos de neve, foi uma experiência algo desconfortável dada a sensação de instabilidade. MAS a paisagem no parque nacional de Abisko era só incrível!! 

Pesca no gelo. Ir para o meio de um lago/rio gelado, fazer um buraco, lançar a linha e esperar. Eu não sou nada dada à pesca - muito menos em cima de água congelada - mas consigo perceber a 'piada' para quem goste. 

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