Burocracias num mundo covid19 | Byråkratier i en covid19 värld

Apesar de já termos feito duas grandes viagens em "modo" covid-19 (Japão e regresso a Portugal vindos da Austrália), esta nossa vinda para a Suécia foi de longe a mais difícil de digerir...

Durante as duas semanas anteriores à nossa viagem era este o ritual diário (às vezes bi-diário):

ver o site do Portal das Comunidades Portuguesas (Ministério dos Negócios Estrangeiros)

ver o site da Emergency Information from Swedish Authorities

ver o site da KLM, companhia com a qual viajamos

ver o mapa de viagens da IATA com todas as restrições do mundo da aviação

ver o site do Governo Holandês (por causa da escala em Amsterdão)

ver o site da ANA Aeroportos de Portugal

Além disso tivemos de fazer, por imposição da KLM, um teste PCR ao covid19, negativo e em inglês, a ser efetuado até 72h antes da nossa chegada a Amsterdão, mais um teste antigénio ao covid19, negativo e em inglês, a ser efetuado no aeroporto do Porto até 4h antes do embarque para o voo em Amsterdão. 

A partir de 6 de Fevereiro a Suécia passou a exigir teste negativo ao covid19, a ser efetuado 48h antes da chegada à Suécia: felizmente o teste antigénio também é aceite ou de outra forma, por causa da duração da escala e do facto de nenhum laboratório dar garantia de resultado até 24h para testes PCR, não conseguiríamos cumprir esta obrigação. No sábado ainda vai haver outro teste covid19 para mim, só para a empresa ficar descansada com a minha presença no escritório.

Adicionalmente, dada a proibição de saída de cidadãos portugueses de Portugal (...sem comentários...) tivemos igualmente de garantir (entenda-se, fazer o melhor que sabíamos/podíamos) que levávamos connosco toda a documentação que permitiria a nossa saída: o meu contrato de trabalho em sueco traduzido para português (tradução certificada), a nossa certidão de casamento e um comprovativo de onde íamos viver durante o primeiro mês em Estocolmo. Ainda tivemos de lidar com uma menina da KLM a dizer-nos que não tinha a certeza se iam deixar o Tiago viajar (como?!?!?!) mas felizmente o agente da Polícia fez o seu trabalho e obviamente deixou-nos seguir viagem.

E aqueles tempos em que uma pessoa comprava um voo com 6 meses de antecedência (nos tempos em que era possível planear a médio prazo) e chegava ao aeroporto 2h antes do voo, apenas com o passaporte na mão?!