Japão em modo coronavírus | コロナウイルスモードの日本


Foi uma decisão relativamente fácil a de prosseguir com a nossa viagem ao Japão em clima de coronavírus (se a viagem fosse agora e não há 3 semanas, possivelmente as coisas seriam diferentes).

A verdade é que quando voamos para o Japão a Austrália tinha um alerta de nível 2 (de 1 a 4) que significava que podíamos viajar mas que devíamos ter um cuidado acrescido no destino. Apenas um nível 3 - é recomendado que se adie a viagem - ou um nível 4 - não viajar - nos dariam direito a algum tipo de reembolso das viagens/estadia/tours/programa na neve. Isto aliado ao lento crescimento de casos no Japão, e ainda ao sentimento de confiança perante o que as autoridades japonesas estavam a fazer, fez com que avançássemos para aquela que foi, sem dúvida, uma das viagens da nossa vida.

(Neste momento em que escrevo o post a Austrália recomenda que não se viaje para nenhum destino. E desde a meia-noite de segunda-feira qualquer pessoa que aterre na Austrália tem de se isolar durante 14 dias, sendo que não podem voar para a Austrália pessoas que tenham estado na China, Coreia do Sul, Irão e Itália durante os últimos 14 dias - cidadãos australianos excluídos.)



E como foi um Japão em modo coronavírus?
  • O aeroporto de Tokyo (Narita) estava francamente vazio - e praticamente toda a gente usava máscara. O aeroporto de Melbourne (Tullamarine) estava muito vazio na ida mas bastante movimentado no regresso: o meu palpite é que muita gente antecipou voos para não chegar depois da meia-noite e ter quarentena obrigatória.
  • Se a ocupação no voo de ida rondava os 80%, no voo de regresso devia estar ali pelos 60%.
  • Nas ruas de Tokyo mais de 80% das pessoas usavam máscara: foi-nos dito que este uso de máscara é normal nesta época do ano por causa das constipações, gripes e febre do feno, pelo que o coronavírus apenas reforçou uma prática já habitual.
  • Praticamente todos os trabalhadores em Tokyo e Kyoto - restauração, hotéis, lojas, supermercados, serviços - estavam a usar máscara.
  • O metro de Tokyo estava francamente mais vazio do que esperaríamos! 
  • Encontravam-se frascos de álcool para desinfetar as mãos em muitos e variados locais.
  • No fim de semana que chegámos foi quando foi tomada a decisão de fechar museus e parques de diversões. Não tínhamos um grande roteiro de museus para visitar mas teremos de voltar para pelo menos ir conhecer o Nezu Museum (...sumo quente de yuzu a olhar para os jardins...) e o teamLab Borderless Museum.
  • Os comboios-bala que usamos também estavam francamente vazios - tanto que já estão previstas reduções no número de viagens durante os próximos tempos.
  • Em vários hotéis com buffet de pequeno-almoço substituíram o esquema de buffet self-service por menu fixo levado diretamente à mesa.
  • MUITOS menos turistas (principalmente chineses e sul coreanos) nas ruas, nos restaurantes, nas atrações: Kyoto, segundo os locais, parece que voltou aos anos 90.
  • Em Nozawa Onsen foi onde sentimos menos todo o coronavírus: apesar de ser uma vila pequena com uma população já bastante envelhecida, foi onde vimos menos máscaras.

Obviamente para nós foi inevitável um certo desconforto cada vez que ouvíamos alguém a tossir ou espirrar. E a verdade é que nos mantivémos sempre alerta (ou sempre que possível) no que toca à limpeza das mãos, distância social, higiene respiratória, etc - o que não permitiu que relaxássemos a 100% (80% vá...).


P.s. - Agora é a vez de ficar sossegados em casa (aka quarentena), por nós, mas principalmente por todos.

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