Por Seul | 서울 주변


Seul é considerada uma das cidades mais excitantes da Ásia: não podíamos, obviamente, perder a oportunidade de uma visita, que embora curta, valeu por cada minuto.

Como já tinha referido (aqui) esta visita teve a particularidade de conciliar trabalho com lazer. Logo, a abordagem a esta cidade foi bem mais prática e focada. O nosso estilo de viagem mudou muito ao longo dos anos: agora mais do que a quantidade (todos os checks numa qualquer lista), é a qualidade que nos interessa. Por isso, na hora de decidir como aproveitar o nosso tempo limitado, resolvemos apostar em Cultura e Comida.

Cultura

Existem 5 palácios imperiais em Seul: Gyeongbokgung é o maior e mais importante (e o mais visitado), mas nós optamos por ir a Changdeokung, "Palácio da Ilustre Virtude". Património mundial da UNESCO (o único dos cinco), este palácio inclui um jardim "secreto" - provavelmente o jardim mais bonito onde já estive, com os seus lagos e pequenos templos e pavilhões. Foi o único dia de chuva que apanhamos em Seul, e acho que a visita ainda foi mais especial por causa disso. Fizemos a tour com a Visit Seoul (tour gratuita feita por voluntários) e aprendemos imenso (éramos apenas 3 na tour)!! Durante aquelas 2 horas houve alturas que vi toda a ação que o nosso guia descrevia a desenrolar-se em frente aos meus olhos. (Mais ainda quando nos cruzávamos com visitantes vestidos com roupa de "época" - quem visita os palácios com trajes da época não tem de pagar bilhete de entrada; alugar os fatos fica no entanto mais caro).

Fizemos ainda outra tour com a Visit Seoul (desta vez éramos apenas eu e o Tiago): começamos no Unhyeongung Palace e terminamos na "vila" Bukcheon Hanok. No meio de Seul ainda é possível encontrar bairros pitorescos com as casas tradicionais coreanas - hanoks. Bukcheon ainda tem cerca de 900 hanoks e percorrer aquelas ruas leva-nos diretamente para a Dinastia Joseon (se conseguirmos ignorar todos os turistas...). Muitos hanoks ainda são habitados por locais, mas a maioria foi convertida em airbnbs, casas de chá e galerias. Vale muito a pena fazer uma pausa numa das casa de chá da zona - não esquecer de tirar os sapatos à entrada!!

(Quando era mais miúda achava as tours uma seca. Entretanto aprendi que por mais que um livro/site nos descreva algo, não há nada melhor do que ter um local a guiar-nos pela sua cidade!)

Comida

Para mim Cultura e Comida estão intimamente ligadas: aprende-se imenso sobre um país e seus habitantes à volta de uma mesa repleta de comida (e bebida!). Numa cidade com tanta-tanta-tanta oferta de comida "diferente", e escrita numa língua ligeiramente difícil de entender (ahah), nada melhor do que confiar em profissionais para nos levarem aos sítios certos (já tínhamos feito food tours em Penang e Bangkok e continuamos rendidos). 

A primeira food tour foi com a O’ngo Food (Street Food & BBQ Tour) e foram quase 3 horas a passear e a comer com a Gianna (coreana de gema que viveu um ano em Melbourne) por ruas sem saída e vielas estreitas em Insa-Dong e Ikseong-Dong (amei esta zona da cidade!). 

A segunda tour foi The Ultimate Korean BBQ Night Out com a Korea Food Tours (sim, o barbecue é quase uma religião em Seul). Fomos parar à zona de Gongdeok onde, com o Joe, tivemos uma noite da qual não nos vamos esquecer tão cedo: barbecue + um autêntico festival de fritos, tudo regado a soju (considerada a bebida nacional da Coreia), e makgeolli (uma bebida fermentada de arroz que à primeira vista parece leite). Aprendemos imenso com o Joe, americano a viver em Seul há 15 anos, que teve o prazer de há uns anos atrás, trazer o Anthony Bourdain aos mesmos sítios onde agora nos levava.

(Em ambas as tours éramos os únicos "participantes" o que fez com que toda a experiência fosse mais pessoal e intimista. Parecíamos amigos de há anos, a partilhar comida e histórias).

Ainda fomos ao mercado Gwangjang, considerado um dos melhores de Seul, visitar as famosas bancas de comida. No início sentimo-nos um pouco perdidos no meio de muita comida "não identificável", mas acabamos por entrar no espírito da coisa e provar o melhor frango frito da nossa vida, regado a cerveja (o frango frito e a cerveja também são uma religião em Seul). 

Mais

Espectáculo Nanta, a mais bem sucedida performance não-verbal sul coreana. Muitas facas, muito ritmo, muito humor: 90 minutos difíceis de explicar mas que valeram bem a pena.

Cheonggyecheon é uma faixa de água com a extensão de cerca de 10 km, que funciona como local de passeio e relaxe. Tivemos inclusivé oportunidade de apreciar uma garça japonesa a pescar nestas águas.

A zona de Myeongdong (zona onde estávamos alojados) é uma zona comercial por excelência. Não faltam lojas para todos os gostos e carteiras, bem como muitas bancas de comida de rua a partir do final do dia.

Uma visita a Seul sem uma ida a Gangnam para mim não seria a mesma coisa. Infelizmente não encontrei o Psy (nem ninguém a dançar como o Psy) mas valeu a pena pelo contraste entre prédios super modernos e lojas gigantes, com a parte tradicional e labiríntica, cheia de pequenos restaurantes.


Pequenos truques:
- comprar um cartão de telemóvel com internet logo à chegada ao aeroporto (dá para comprar online e levantar no aeroporto)
- na Coreia do Sul não usam todas as potencialidades do Google maps (algo relacionado com a frágil relação entre a Coreia do Sul e a Coreia do Norte), logo há que fazer o download da aplicação Kakao maps
- ter a viagem do aeroporto para o hotel já tratada (hoje em dia o que é que não dá para fazer online?!) tira toda a pressão de chegar a um sítio novo e tão diferente e ter de colocar o cérebro a funcionar
- marcar com antecedência aqueles programas que se querem mesmo-mesmo fazer: a tour X, o espectáculo Y, o restaurante Z
- tão importante como termos já coisas marcadas é termos igualmente tempo para simplesmente nos perdermos pela cidade


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