Diz-me de onde vens: Iraque | Tell me where are you from: Iraq


O voluntariado na Cruz Vermelha permitiu-me conhecer gente de todo o mundo.

Hoje o post é dedicado ao meu amigo Ali, que me apresentou o seu país: Iraque.

Quando conheci o Ali apercebi-me de que nunca tinha falado com nenhum iraquiano. Admito que o meu interesse pelo Iraque nunca existiu, e que petróleo, guerra, Estados Unidos e Saddam Hussein eram as poucas associações que me vinham à cabeça quando o Iraque era tema.

O Ali é de uma aldeia a norte de Bagdad, tem 10 irmãos (bastante comum para os padrões iraquianos), e está a viver em Melbourne há 4 anos - quando chegou sabia apenas algumas palavras em inglês. 

O Iraque (antiga Mesopotâmia) é considerado o "berço da civilização". Foi ainda o centro dos impérios Acádio, Sumério, Assírio e Babilónico. E a sua principal riqueza é a sua principal maldição: petróleo, muito petróleo.

Quando falamos do Saddam Hussein percebi como há sempre duas versões, duas visões, duas faces da mesma moeda. Sim, ele era um monstro, mas "apenas" para a sua oposição. As pessoas sentiam-se seguras, havia pouca criminalidade e os níveis de corrupção eram baixíssimos (ele mandava enforcar os corruptos). O caso mudava um pouco (muito!!) de figura quando alguém ousava questionar a sua autoridade.

Curiosidades:
  • o Iraque já foi governado pelo Reino Unido, daí o uso de palavras inglesas dentro da língua arábica
  • a faixa de países do norte de África fala arábico (com sotaques diferentes), sendo que em Marrocos/Argélia/Tunísia, foram incorporadas palavras francesas ao arábico
  • existe um arábico "formal" e um arábico "informal" (ou seja, existem duas maneiras diferentes de escrever a mesma palavra)
  • existem bastantes cristãos no norte do Iraque (principalmente assírios)
  • os iraquianos dão muito valor à família e às relações familiares (e é disso que o Ali sente mais falta)

Malásia aqui

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