Diz-me de onde vens, dir-te-ei quem és | Tell me where are you from and I will tell you who you are


A propósito das diferenças já referidas aqui, dei comigo a pensar no impacto que o nosso país tem na nossa personalidade.

Obviamente que quando nasci ninguém me disse que eu era portuguesa e na sequência disso passei a comportar-se como portuguesa. Não. Mas as pessoas com quem convivi, o comportamento que observei e imitei, as ideias e ideais que aprendi, as tradições, os costumes, a maneira de ser, tudo isso fui absorvendo enquanto crescia no meio dos que partilham a minha nacionalidade.

E a verdade é que existe um padrão cultural de comportamento de acordo com as nossas origens. Obviamente que há sempre excepções à regra, mas este modelo cultural (abaixo) faz uma generalização que me parece bastante apurada dado o que tenho experimentado nesta "aldeia global" que é Melbourne. Melbourne é a casa de pessoas oriundas de mais de uma centena de países diferentes, que falam mais de 200 línguas e dialetos, e com mais de 100 religiões distintas (fonte). Melbourne tem a segunda maior população asiática da Austrália, sendo a casa da maior comunidade da Índia e do Sri Lanka no país, bem como de uma das maiores comunidades de italianos fora de Itália, e de gregos fora da Grécia.



E em que padrão de comportamento se encontram "os Portugueses"?
falamos a maior parte do tempo
fazemos várias coisas ao mesmo tempo
apenas planeamos as linhas gerais mais importantes
somos emotivos
mostramos os nossos sentimentos
confrontamos com emoções
temos boas desculpas
interrompemos com frequência
somos orientados para as pessoas
colocamos os sentimentos antes dos factos
a nossa verdade é flexível
somos impacientes
usamos muito a linguagem corporal
procuramos a pessoa-chave
misturamos o social e o profissional


Estranho um pouco o "tamanho" da diferença cultural em relação aos canadenses, finlandeses e suecos, mas também não me encontro em posição de comentar - admito o meu desconhecimento.

Mas é com bastante naturalidade que compreendo e reconheço o quão culturalmente diferentes somos dos indonésios, malaios, filipinos, coreanos, tailandeses, chineses, vietnamitas, japoneses e singaporenses. Consigo notar essa diferença cultural no dia-a-dia em situações tão simples como ir ao supermercado, falar ao telemóvel, comportamento na rua e interação com os outros.

Mas também reconheço que com a globalização muitas destas diferenças começam a atenuar-se, a dissipar-se (principalmente nas gerações mais novas), e infelizmente - na minha opinião - começamos todos a tornar-nos demasiado parecidos.

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