O lado mais obscuro da Austrália | The dark side of Australia
Porque nem tudo são borboletas e pózinhos de pirlimpimpim
1. Ice
A Austrália do sol, dos marsupiais, do surf e dos tubarões também é a Austrália das metanfetaminas e de uma geração de viciados (depois de ler acerca deste problema já consigo perceber melhor a quantidade de gente a viver na rua, muitos com notórios problemas mentais). A Austrália tem das taxas de consumo de metanfetaminas mais elevadas do mundo, e é a mais elevada no que diz respeito a países de língua inglesa.
Esta droga torna o seu consumidor extremamente violento, com comportamentos psicóticos e danos cerebrais irreversíveis, e é considerada uma das drogas mais viciantes disponíveis no mercado.
As metanfetaminas chegaram à Austrália no início da década de 90, e inicialmente não foram levadas suficientemente a sério. Desportistas (incluindo um medalhado olímpico, e um ex-campeão de surf mundial), homens de negócios de Sydney, adolescentes aborígenes, trabalhadores das minas, estudantes, camionistas, pessoal militar; as metanfetaminas não estão circunscritas a um determinado grupo ou estrato social.
As razões desta "epidemia" na Austrália são variadas:
localização - a proximidade à China (grande produtora de metanfetaminas e ainda dos químicos com os quais se fazem as metanfetaminas);
o facto de não ser ilegal importar os químicos com os quais se produzem as metanfetaminas (esses químicos são usados noutras indústrias), e de só recentemente se estar a fazer um esforço para controlar a sua importação;
o facto das metanfetaminas na Austrália serem substancialmente mais baratas que a cocaína, por exemplo (e mesmo comparando com o álcool, fortemente taxado, as metanfetaminas proporcionam uma "moca" muito mais longa e barata);
dado o elevado poder de compra dos australianos, os traficantes conseguem praticar na Austrália preços muito mais elevados do que no resto do mundo, o que atrai ainda mais traficantes.
(mais informação aqui)
Nunca vi tantos galgos na vida como em Melbourne: já vi mais galgos em 5 meses em Melbourne do que durante 30 anos no resto do mundo. Decidi "investigar" e qual a minha surpresa (choque, diria eu) quando me deparei com a "tradição" das corridas de galgos. Conclusão: os galgos que se encontram na rua são, em grande parte, os galgos que são adoptados para escaparem ao destino normal dos galgos de corrida - o abate quando deixam de ser lucrativos.
E não vamos falar das corridas de cavalos...
Estes dois "desportos" são dos mais populares da Austrália, e eu não consigo perceber. Não consigo. Se querem ver corridas vejam atletismo! Ou então fiquem-se pelas corridas de motas e carros (que já são extremamente populares).
Os jornais diários estão repletos de páginas com as apostas e as informações de corridas de cavalos e galgos.
Encontram-se casas de apostas (e sempre cheias de gente), por todo o lado.
Pubs, cafés, hotéis, bares com slot machines (muitas), carinhosamente chamadas de pokies.
Imensa publicidade na televisão a sites e casas de apostas (e depois em rodapé o número de apoio ao viciado em jogo).
Não é difícil perceber que a Austrália tem um problema com o jogo...
Dados oficiais dizem que mais de 80% dos adultos australianos praticam algum tipo de atividade associada ao jogo, o que torna a Austrália o país do mundo com a maior taxa de jogo. O jogo já atingiu inclusivé estatuto de problema de saúde público, com cerca de 1% da população a experimentar problemas derivados do vício do jogo. Além disso os australianos são, no mundo, os que gastam mais dinheiro em jogo (gasto per capita) e perdem mais dinheiro em jogo (perda per capita).
Dados oficiais dizem que mais de 80% dos adultos australianos praticam algum tipo de atividade associada ao jogo, o que torna a Austrália o país do mundo com a maior taxa de jogo. O jogo já atingiu inclusivé estatuto de problema de saúde público, com cerca de 1% da população a experimentar problemas derivados do vício do jogo. Além disso os australianos são, no mundo, os que gastam mais dinheiro em jogo (gasto per capita) e perdem mais dinheiro em jogo (perda per capita).
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