Largar peças e voltar para casa | Losing parts and returning home


Ontem foi dia de voltar para casa.

Depois de 4 dias no hospital - o Tiago achou que devia deixar o apêndice por terras australianas - soube mesmo bem voltar para casa. Casa. Incrível como um quarto e casa de banho, e uma cozinha e sala partilhadas (mais uma varanda), já se tornaram a nossa casa.

Já tinha dado comigo a pensar como precisamos de tão pouco para nos sentirmos em casa. Pensava que ía sofrer bastante mais com saudades das minhas coisas: a minha almofada, o meu robe, as minhas velas, o meu sofá, a minha cama. Coisas. 

Mas não. Sinto muita falta da Rafa (às vezes até dói) e dos meus livros. Mas mesmo sem eles, esta é agora (embora temporariamente) a nossa casa.

"Home is where your heart is", pensava eu. Mas no meu caso foi mais, "home is where you want to feel home". Somos nós que fazemos a nossa casa. Nós somos a nossa casa.

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O Tiago está a recuperar muito bem! Foi uma aventura que não estava na nossa lista, mas a vida é mesmo assim, uma sucessão de acasos. Ainda no outro dia escrevia acerca de respeitar e apreciar a impermanência, imperfeição e estado incompleto da vida. E são estes momentos, aqueles em que percebemos que não passamos de um saco de ossos (expressão descaradamente roubada de Stephen King), que devíamos reter, memorizar. E sermos gratos, muito gratos.  

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