A linha azul que mudou a nossa vida | Den blå linjen som förändrade våra liv

(post escrito em Junho)

No momento em que aquela linha azul surgiu, o meu único pensamento foi o de que a minha vida tinha acabado. Não a minha vida no sentido físico da coisa, mas a minha vida enquanto projeto.

Não, nunca fez parte dos nossos planos sermos pais. Por inúmeras razões a maternidade/paternidade não era um desejo, nem sequer uma intenção. Aconteceu por acidente (?!), acaso, e abalou todo um futuro que estava desenhado com outras cores.

Depois de muitos monólogos, muito diálogo, muitas dúvidas e suposições e hipóteses, demos connosco a aceitar que às vezes a vida atira-nos com determinadas surpresas e é o que fazemos com essas surpresas que define, também, quem somos. Além disso quão terrível seria ter um mini-nós com quem partilhar o resto das nossas vidas?! ;) - não, não seria assim TÃO terrível (decidimos acreditar...)!

Depois de uma fase de "aceitação" - afinal em poucas semanas tivemos de reprogramar todo um plano de futuro - embarcamos em pleno nesta aventura. Gerar vida não será, de todo, o grande desafio - criar, educar, libertar para o mundo, isso sim.

“Sometimes fear does not subside and you must do it afraid.”

Elisabeth Elliot

Sinto mesmo muito por todas as pessoas que desejam um filho e que não conseguem cumprir esse sonho.

E sinto mesmo muito por todas as pessoas que, não desejando um filho, sentem que esses sentimentos não são válidos (e que são constantemente questionadas/desafiadas acerca desta decisão).

Cada um tem o direito de viver a sua vida como deseja (dentro da legalidade, obviamente). E idealmente sem o julgamento de absolutamente ninguém.