Por Quioto | 京都周辺

Continuando com a nossa sugestão de roteiro pelo Japão...


Dia 6 (Tóquio / Quioto)
Pequeno-almoço no hotel.

Dia de nos despedirmos de Tóquio - um "até breve", esperamos nós - e rumar a Quioto. A viagem no comboio-bala (shinkansen) dura cerca de 3 horas, e é "tradição" antes de entrar no comboio passar numa das várias lojinhas da estação e comprar comida para a viagem. Sugestão de menu do 7-Eleven: umas sandes de ovo, um cheesecake e chá verde quente - se eu pudesse comia isto todos os dias!

Chegados a Quioto apanhamos um táxi "tourist friendly" - em que os motoristas falam inglês básico - e rumamos ao nosso hotel, na downtown de Quioto, para o check-in. Deixem-me dizer-vos apenas duas coisas acerca dos táxis japoneses: 1. taxistas de fato escuro e luvas brancas (e a maioria de máscara) e 2. o interior dos carros está "forrado" com rendas brancas - encostos das cabeças, plásticos laterais, alguns assentos até - volto a repetir: rendas brancas.

Logo após o check-in fomos a pé até à zona do Nishiki Market onde almoçamos no Nishiki Warai, conhecido pelas suas okonomiyaki (uma espécie de panqueca salgada/omelete recheada com couve juliana e uma seleção de carne, marisco e vegetais). Em seguida fomos passear pelo mercado de Nishiki, também conhecido como "a cozinha de Quioto": são várias ruas pedonais e cobertas; muitos pickles, chá, algas, especiarias, peixe, e também facas, cerâmicas e antiguidades.

Para o jantar tínhamos "mesa" marcada no Giro Giro Hitoshina (para marcar a mesa usamos o serviço da jpneazy - um serviço de concierge que ajuda turistas que não falam japonês a fazer marcações em restaurantes japoneses que não falam inglês). O Giro Giro pega no kaiseki - haute cuisine japonesa - e despe a experiência de toda uma formalidade excessiva, tornando o preço também bem mais simpático. Numa rua sossegada com vista para o canal, um balcão sempre cheio (eles só funcionam com reservas) e uma série de pequenos pratos lindíssimos, tudo regado a sake e sumo quente de yuzu. E é giríssimo ver toda a preparação dos pratos a acontecer mesmo à nossa frente!


Dia 7 (Quioto)

Pequeno-almoço no hotel. Neste hotel tínhamos a opção de um pequeno-almoço japonês ou buffet de pequeno-almoço internacional. Uma vez que em Nozawa o pequeno-almoço ía ser 100% japonês, em Quioto optamos pelo internacional. Como o pequeno-almoço era num edifício diferente, começávamos sempre o dia de bicicleta :) (Anda muita gente de bicicleta em Quioto!!!)

Em seguida apanhamos o comboio para a zona sul de Quioto para o Fushimi Inara-Taisha, o santuário xintoísta mais conhecido de Quioto, dedicado aos deuses do arroz e do sake. São centenas e centenas de "portões" tori da cor vermelhão (sim, vermelhão é uma cor - "pigmento opaco alaranjado que tem sido usado desde a antiguidade") que vão a serpentear pela montanha, durante cerca de 4km. Pelo caminho vão-se encontrando outros pequenos santuários (segundo os dados oficiais são 40.000), florestas de bambu, e vários lagos. O sítio é já de si lindo de morrer, e sem as centenas de turistas que caracterizam habitualmente esta atração, é ainda mais incrível!! 

Para o almoço voltamos novamente para o centro de Quioto onde fomos comer um tonkatsu maravilhoso a-um-restaurante-cujo-nome-não-registei-mas-que-adorava-ter-registado.

Seguiu-se uma cerimónia tradicional do chá (sado) na Maikoya: o "tom" da cerimónia era tão sério que eu dei por mim, várias vezes, à beira de um ataque de riso! - não estou a brincar, foi mesmo difícil manter a postura - mas a cerimónia é muito gira e gostei muito de aprender mais acerca de todo aquele processo. Optamos por usar um kimono para a cerimónia, já que seria uma daquelas coisas "uma vez na vida", e deixem-me dizer-vos que o kimono (para as mulheres) tem muito que se lhe diga! (e não está pensado para mulheres com o peito mais avantajado...). Curiosidade: nestas cerimónias formais do chá, o matcha (broto do chá verde em pó ou moído) é servido como chá "espesso", uma espécie de emulsão verde que nada parece o chá a que estamos habituados.

Ao final do dia fomos fazer uma free tour pela zona de Gion com a Kyoto Localized. Percorrer as ruas de Gion ao anoitecer enquanto aprendíamos acerca das gueixas e sua história, foi como fazer uma viagem no tempo - nunca vi o filme "Memórias de uma Gueixa", mas já está na minha lista! Esta zona tem uma mística bem especial com as suas vielas e casas tradicionais (machiyas), e com as lanternas de papel todas acesas. Não tivemos oportunidade de ver nenhuma gueixa a percorrer as ruas de Gion - em Quioto já só existem cerca de 200 (2.000 no Japão todo) - mas foi fácil imaginá-las dentro das teahouses a entreter os ilustres convidados (nota: as gueixas não são prostitutas!, são sim performers altamente qualificadas pagas para entreter em situações sociais).

Para jantar fomos até Ponto-cho, outra viela com imenso charme, paralela ao rio, repleta de pequenos restaurantes com lanternas acesas à porta - acabamos por ir comer bife wagyu grelhado por nós na grelha - e obviamente estava delicioso.


Dia 8 (Quioto)

Pequeno-almoço no hotel. 

Em seguida apanhamos a camioneta até Kinkaku-Ji (viagem de 45min a partir do centro), o deslumbrante "Pavilhão Dourado". O templo é de facto lindíssimo, com dois dos seus três andares cobertos com folha de ouro: o reflexo do templo no lago cheio de carpas, fica na memória! Depois de um passeio pelos jardins envolventes fomos tomar um chá na casa de chá tradicional com vista para o jardim: descalços, sentados no tatami, a apreciar o quão agradável é simplesmente tomar chá a olhar para o jardim.

Depois do "Pavilhão Dourado" foi a vez de apanhar a camioneta até ao "Pavilhão Prateado", o Ginkaku-Ji (área norte de Higashiyama), com os seus maravilhosos lagos e jardins: nunca pensei que um jardim com tapetes de musgo pudesse ser tão bonito! Junto de Ginkaku-Ji encontram-se uma série de cafés e restaurantes locais: ao almoço aproveitamos para matar saudades de gyozas fritas e provamos uma sobremesa tradicional de Quioto que é uma espécie de profiteroles recheados com creme de chá verde (muito bom!).

Às 17:00 tivemos a nossa Kyoto Food Night Tour com a Ninja Food Tours. Com o Yuta percorremos o mercado de Nishiki, Ponto-cho e Kiyamachi. A tour foi realmente muito-muito boa: desde donuts de leite de soja (tão fofos!!), a passar por tapas japonesas (patê de fígado de tamboril - fantástico!, tofu frito, gyozas, enguia frita), tempuras várias, e comida da "avó" (comemos uma espécie de arroz de marisco que era só simplesmente maravilhoso, num dos meus restaurantes favoritos de toda a viagem - pequenino, com umas janelas enormes viradas para o rio, e em que as mesas aparentemente baixas tinham por baixo um espaço reservado para as pernas - era como se estivéssemos sentados no chão só que as pernas estavam efetivamente por baixo da mesa). A noite foi regada a cerveja e sake (para o Tiago) e shochu (bebida destilada da batata e cevada) com yuzu para mim.




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Já planeado para a próxima vez :)
- Arashiyama com a sua floresta de bamboo e os macaquinhos à solta
- Templo Saiho-Ji (conhecido como o templo do musgo dados os seus jardins extensos cobertos por musgo) - é possível participar em atividades promovidas pelos monges desde que marcado com antecedência suficiente!
- Ir ver uma performance de gueixas 
- Um saltinho até Nara + um saltinho até Osaka

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