Quando suficientemente bom é mais que suficiente | När tillräckligt bra är bra nog

Há certas ambições que se podem tornar fonte de problemas sérios geradores de stress e pânico desnecessário: um determinado tipo de perfeccionismo cruel e contra-produtivo. 

A verdade é que por diversas vezes, e desde tenra idade, sentimos a pressão para sermos os melhores - "to achieve and not just to be".

Não confundir com conformismo (e muito menos preguiça!). Falo sim em perceber o impacto que o perfeccionismo excessivo - visão vs realidade - pode ter nas nossas vidas. A 'armadilha do perfeccionismo': somos atraídos pela perfeição sem perceber quão difícil é atingi-la, só vemos o resultado do trabalho dos outros e não fazemos ideia de quanto tiveram de trabalhar para chegar até esse estado - anos de fracasso, rejeição e frustração. Se reconhecermos à partida a dificuldade de algo, não vamos ser invadidos pelo pânico quando nos depararmos com as dificuldades de realizar esse algo.

A perfeição não existe ou é efémera, e por uma questão de sanidade mental há que aceitar ser-se um ser humano ordinário na maior parte do tempo, se não o tempo todo. Afinal suficientemente bom é mais que suficiente a grande maioria das vezes, e aceitar isso é um grande feito.

É preciso coragem e talento para se levar uma vida ordinária - e o ordinário aqui nada tem de negativo. 

Somos constantemente relembrados de que existem n pessoas muito mais interessantes e bem sucedidas que nós: "e tu, o que é que tu tens feito de especial ultimamente?!"

Não temos nada a provar a ninguém. Há algo de admirável em encontrar-se satisfação nas coisas simples do dia a dia, e infelizmente parece que cada vez é mais difícil fazer isso - estados de euforia são (muito) bons mas momentâneos, logo aprender a apreciar momentos ordinários pode ser a chave para uma vida realizada. 
Repito: não temos nada a provar a ninguém.

Comentários

Mensagens populares