Como era viajar há 30 anos atrás? | How was travelling 30 years ago?


A minha primeira "grande" viagem foi em 1992, tinha eu 6 anos, e o destino foi a ilha da Madeira. Tenho poucas memórias dessas férias fora a parte da viagem da Madeira para o Porto Santo, um autêntico pesadelo com gente mal disposta em cada canto do barco.

A partir daí viajar (de avião) passou a ser uma atividade "normal" nas minhas férias de verão. Mas não era por ser "normal" que não era um luxo - e todos os dias agradeço à minha Mãe ter-me aberto as portas do mundo nessas viagens. 

Viajar era (bem mais) caro, (bem mais) demorado, e as opções eram bem mais limitadas.

Ainda me lembro da emoção de receber em casa os bilhetes de avião vindos diretamente da agência de viagens. Era uma espécie de caderninho (do tamanho de um envelope standard) com umas folhas muito finas que eram destacadas no balcão do check-in do aeroporto.
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Bilhetes eletrónicos: agora compro as viagens online e guardo o bilhete digital no meu telemóvel. Já há inúmeros aeroportos em que uma máquina é mais que suficiente para processar os cartões de embarque.

As agências de viagem eram a única hipótese para planear e tratar de tudo. Em 2007 comprei o meu primeiro bilhete de avião da Ryanair (Londres-Porto), numa agência de viagens da Abreu: ainda era uma novidade em Portugal pelo que não me quis arriscar sozinha. 
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A partir daí surgiu todo um novo mundo online de voos low cost, sites de comparação de preços,  blogues de viagens, aplicações para marcar alojamento/tours/reservar restaurantes/comprar seguros de viagem. Tudo à distância de um clique. Absolutamente t u d o - e com comentários e avaliações.

A minha Mãe fazia questão de estar no aeroporto 3h30 antes da partida - era esse o procedimento e cumpriamo-lo religiosamente.
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O que antes eram 3h30 passou a ser 2h no máximo. E nas viagens em que levo apenas bagagem de mão, 1 hora é mais que suficiente.

Perdi a conta das visitas que fiz ao cockpit ao longo dos anos. Mesmo após o 11 de Setembro (e como as coisas mudaram depois do 11 de Setembro!) fiz uma aterragem no cockpit nos Açores (2003), e fiz uma viagem completa no cockpit entre Madrid-Porto (2004).
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O cockpit passou a ser um lugar interdito, e por razões óbvias a meu ver. 

Quando as hospedeiras de bordo (sim, era um mundo exclusivamente feminino) iniciavam as explicações/recomendações de segurança, toda a gente prestava atenção. Era uma coisa séria e levada a sério.
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Passou a ser um procedimento tão banal, que infelizmente já pouca gente presta a atenção devida. 

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