A minha quase maior loucura | My almost biggest madness


Se pensam que despedir-me e mudar-me para o outro lado do mundo foi a minha maior loucura, desenganem-se.

A minha maior loucura foi o estar disposta a ficar completamente nua, em pleno inverno, rodeada de centenas de estranhos completamente nus. E num espaço público. E ser fotografada.

Reformulo, a minha quase maior loucura. Porque afinal para muita gente, estar nu em frente a centenas de estranhos não é assim uma loucura tão grande, tanto que houve milhares de incritos e apenas 1000 - os primeiros - foram "selecionados" (e com muita pena minha eu não fui uma das primeiras).

Explico. 

A primeira vez que ouvi falar de Spencer Tunick foi numa revista das Seleções da Reader's Digest que a minha mãe colecionava religiosamente. Devia ser adolescente e fiquei fascinada com o trabalho daquele fotógrafo de corpos nus. Corpos de todos os tamanhos e feitios, que mais do que dominarem a fotografia, faziam parte da mesma.

Há uns meses atrás estávamos nós a tomar o nosso pequeno-almoço, quando nas notícias da manhã referiram que Spencer Tunick ía estar na Austrália para uma instalação. Em Melbourne. E era o convidado de honra da organização do festival Provocare, que está a acontecer nada-mais-nada-menos que no nosso bairro e arredores! Era o destino! 

Foram meses de espera com algumas trocas de mails com o detalhe do que era esperado dos voluntários, explicações pormenorizadas das tintas que íam ser usadas (num dos dias todos tiveram de cobrir o corpo com uma tinta própria para o efeito), etc etc. Vendo o lado positivo da coisa escapei provavelmente a uma senhora constipação... E pronto, algures numa base de dados qualquer deste mundo consta a minha altura, tom de pele e cor do cabelo. Fico à espera da próxima oportunidade.

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